segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Direito de Meter a Mão!

Você nasce com esse direito, você cresce com esse direito e nada tira ele de você.



Toda vida nós encontraremos discussões, conflitos que nos levam a uma raiva que parece incontrolável a nós.
Na maioria das vezes esses conflitos são causados não por pessoas desconhecidas, mas sim, por aquelas que se encontram bem próximas, e no que se diz o correto, deveria ser exatamente o contrário.

Mas vamos ver por um ângulo diferente?
Quanto mais próximo de uma pessoa você é, maior a chance de um conflito, mais liberdade é lhe acrescentada, ou compulsoriamente acrescentada digamos, e portanto a chances de que vocês se soquem é bem maior.

Estou exagerando? Claro que não! Um bom exemplo é: Você está muito mais a vontade de arrotar na frente dos seus pais do que na frente de alguém desconhecido na rua.
Você tem muito mais respeito por seus pais do que com aquela pessoa, mas mesmo assim, a liberdade que foi gerada através da convivência tornou isso mais supostamente tolerado.

O problema é: Nem sempre, você estar próximo da pessoa significa respeitar a mesma.

Veja, um vizinho, usando um exemplo nada aleatório, o irrita a muito tempo. Você é obrigado, segundo a sua educação e segundo seus princípios a se manter calado a guardar todo e qualquer ressentimento que você tenha por ele.
Afinal há muito mais em jogo para com você do que para ele.

Este vizinho, está próximo a você a anos, e tudo o que você precisa para desgostar do mesmo, é algumas frases mal educadas, uma falta de respeito básica e um muro baixo o suficiente para que as vidas fiquem, de certa forma, interligadas em alguns momentos do dia.

Ao passo que a sua própria educação, princípios e respeito próprio até, não permitem que você simplesmente agarre aquele indivíduo e o faça sentir a sua "íra" momentânea, o que te resta fazer?
Bem, "Dê a outra face" nos foi ensinado, por um Grande mestre. E eu acredito nisso.

Mas, e quando você lembra-se que você é humano, e que é imperfeito.
Você nasceu imperfeito e por muitas vezes simplesmente deixa-se ser levado por impulsos da raiva, mesmo que isto faça você se arrepender depois, as vezes, isso acontece.

O que faríamos? Nos auto-condenaríamos, por causa de uma perda de controle num momento de ira? Não, ao mesmo passo que a educação e os princípios regem que você deve ser manso o máximo possível. Nós, nascemos com o instinto de defesa, de valor próprio e de falta de controle. E muitas vezes, simplesmente a conversa e o diálogo não adiantam.

Logo, todos nascemos com o antigo direito de meter a mão, de nos irar, e por muito, nos revoltar. Logo, todos sabemos que nossas atitudes estão sendo vigiadas e que acabaremos prestando contas delas a nossos familiares e até alguns que não tem nada haver com o assunto, mas estão ligados à nossa vida, ao nosso modo de vida digamos assim. Logo, esse direito não é totalmente aprovável e quando ele ocorre, na maioria das vezes as conseqüências são para nós mesmos.

Mas nada tira a sensação de peso retirado dos ombros, quando você conseguiu acertar aquele "tabefe", nada tira a sua razão de você estar ali simplesmente após ter levado o primeiro golpe, nada tira o seu direito de poder se defender, de poder se resguardar, se manter aliviado e de alguma maneira, respirar com mais propriedade.

Nada tira seu direito de meter a mão, desde que você esteja preparado para as conseqüências que vem junto com sua atitude.
Não apoio, nunca apoiei e nem nunca apoiarei a violência entre quaisquer pessoas. O caminho não é a violência.

Porém, as vezes mais violento é o silêncio e a mágoa que acaba sendo gerada dentro de nós mesmos com a convivência com alguém que não nos respeita e principalmente: Não respeita nossos familiares e amigos que tantos amamos. E que por vezes, são obrigadas a, na nossa própria residência, se sentirem constrangidas e reprimidas por alguém que não é nem de perto um familiar.


Para a pessoa a quem estou escrevendo: " Aconteceu, você seguiu os seus motivos e por muito tempo você guardou e pensou no que poderia acontecer, seu ato é completamente compreensível, não que seja cabível você repeti-lo, pois não é, você sabe como isso pode te afetar. Porém, naquele momento era o que a situação acabou mandando, você é humana, imperfeita, isso não faz de você nada ruim."